segunda-feira, 16 de julho de 2012

Cinza.




Dias de chuva são bonitos. Tão bonitos quantos dias de sol podem ser. Eles tornam você predisposto a esquecer os grandes planos da vida e parar na janela para ver a água cair. Você não quer problemas agora, só precisa se preocupar em não deixar o café esfriar.
É engraçado, o frio aproxima de certa forma as pessoas. À ponto de conseguir contar a respiração delas... Como se o cinza e a melancolia que predomina nas ruas precisasse ser compensado com calor de gente. Mas cobertores e cappucinos também cumprem essa missão com maestria.
Antagonicamente, tenho vontade de andar e peceber o quão gélido anda o mundo quando o vento passa por dentro do capuz. A minha necessidade de que estejam perto é maior, porém é inversamente proporcional a minha vontade de gritar-lhes isso.
"Não esquece o casaco!" A moça aqui do lado sempre grita isso quando seu filho tá indo pra escola. Qualquer dia eu vou perguntar a ela se, por obra do acaso, não teria um que não deixasse as pessoas congelarem por dentro. Tenho receio da resposta.

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